sábado, 19 de março de 2011

Maldito Superman

Nunca pensei em minha vida que fosse ficar com tanta raiva do homem de aço. Dirijo estas palavras de modo simples, pois esse momento de exposição não possui mérito para melhores elaborações de minha escrita. Meu referir será pobre, como pobre é muito do que tenho ouvido recentemente.

“Foge, Foge, Mulher Maravilha.
Foge, Foge, com Super-Man. (OITO VEZES!)”

Ouvi isso, repetidas vezes, durante meu delicioso almoço em um restaurante à beira da praia, na quinta-feira de carnaval. Foi o Hit do verão conforme definido por algumas rádios mais populares dentre o vasto público qualificado. O fato é que, durante o carnaval, não basta sair da cidade, pois a cidade vem até o fugitivo, traz consigo todas as preferências que são consideradas detestáveis.
O julgamento referido anteriormente é explicitado segundo as preferências dessa pessoa que escreve esse texto para não se sabe quem, pode ser que leias e sejas indiferente, ou odeie essa opinião por considerar importante ver dois heróis de HQ rebolando e submetendo-se a rimas pobres de sentido ambíguo, sei que se concordas comigo deves estar lendo coisas mais importantes que esse texto, talvez o Grande Machado, e considerar esse redator um estúpido por se incomodar com trechos de músicas que ficam tocando repetidamente em sua mente, sem que queiras e sem que consiga se livrar ou fugir do tormento.
Eu poderia falar sobre os momentos maravilhosos da viagem que fiz durante o carnaval, mas é interessante que, justamente quando se consegue esquecer por um momento o trecho referido acima, logo em seguida passa um surdo dentro de um automóvel repetindo o mesmo refrão. Foram tantas vezes que ouvi essa porcaria que, ao dormir, era capaz de ter um pesadelo com a liga da justiça rebolando sob o som desse trecho infernal. Como alguém pode ter paz no sono dessa forma, tive que apelar para o mp3, e assim selecionar melhor as canções com que esses heróis se entreteriam na minha cabeça.
Podes pensar o por quê de conceder certa importância a um fato tão pequeno, já que esse não impediu o curtir a minha viagem. Considerar os problemas e os expor toma mais tempo, essa é a justificativa, isso tornou o meu texto regular, mas não atrapalhou em nada a minha viagem. Penso que, se concedo maior esforço a preocupar-me com essa questão diante dos momentos que vivi durante a semana do carnaval, logicamente não produziria esse texto ruim e também não curtiria todos os detalhes que a vida proporcionou-me durante aquele tempo.
Uma coisa é certa, as perturbações a que somos submetidos durante a vida não nos deixam quando damos a elas a devida atenção que elas não merecem, apesar de termos uma visão espacial, muitas das vezes agimos como monofocais e temos que escolher entre focarmo-nos em um único problema, ou gozarmos as outras bênçãos que os dias nos proporcionam.
Aquilo que chamam de música, com muito, mas, muito respeito aos que gostam, para mim, continuará sendo uma porcaria, sempre me irritará o próximo carro que passar com esse mesmo hit, ou com qualquer outro tipo de porcaria excrementada pela mídia sonora. Apesar da ira, o mesmo sentimento não tem o poder transformar a realidade, logo, a situação continua, mas certamente tenho que dar mais atenção aos benefícios que a vida proporciona. As vezes não podemos escolher o fundo musical que nos cerca, mas podemos decidir se pode influenciar ou não no modo como vivemos.
É bem possível que os pacientes sobreviventes a esse texto até o último parágrafo se questionem sobre que possíveis bens ocorreram a esse indivíduo durante essa viagem? Não é para deixá-los indignados, mas, se der, conto na próxima.

PAZ!